sábado, 11 de julho de 2009

sampleneto de Rimbaud



*


soneto-sample de Rimbaud



eu caminhava procurando algum cigarro
escondido no bolso da minha bermuda
ia subindo a Ladeira, acima, dos Tabajaras
pra descolar uma coca ou cola ou uma diamba

entorpecido, tecia a teia do meu percurso
tal-como um rato que fareja o veneno da lata
ataviava o meu pescoço com guias rubicundas
enquanto, minha mente guardava longas rimas

alquebrado na calçada, só a solidão me ouvia
nessa funesta, funérea noite de julho
já bastava sentir o verde eflúvio das marolas

ali, debruçado em ombros cambaleantes
brindava os rompantes de toda minha lira
agora amarro o cadarço dos sapatos e saio pra vida.




Felipe Rey



*incidente poético : Minha Boemia de Arthur Rimbaud

2 comentários:

Lou Marciano James disse...

Mão pesada e sensibilidade.
És poeta...
Belo texto.

Felipe Rey disse...

Muit'agradecido , James !

 

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