segunda-feira, 30 de abril de 2012

EM SOMBRA DE RESGUARDO



Dessa sua sebenta pele amilscarada
expressa exprime espreme
em compressas de gazes
um sangue venoso esverdeado
combinando
com a amarelidão do pus
que sai de dentro da tua face,
outrora, disfarce
pra suportar
ou sucumbir com tantas mossas.

Por que entras em fossas?
Tumbas
catacumbas
macumbas te querem empalidecer
o clarenigma que carregas no âmago da alma.
Fostes o quê nestas tenebrosas passagens?

Envergado no criadouro de pensamentos
maledicentes.
Sentes a pressa que apressa depressa tua pressão
já desancorada num embarcadouro sem direção.

Desejas um fogaréu de amor!
Mesmo nesse estado decrépito, putrefato
que, de fato,
te encontras.
Leviatã & Levita já levitaram leves
pelos desertos do Além-Jerusálem
repercutindo os ecos do novo mundo, da nova vida –
o sacerdócio do ócio do Kaos.

Vá honrar o vaticínio do teu nome.
Perca-se em fascínios indubitáveis
assim poderás ressurgir sacramentado
na profanação de uma crença sagrada
carregado
por uma carruagem que trespassará
o limiar
desse agora,
deleitoso lupanar.
Querido plebeu,
vá repousar!

FELIPE REY

2 comentários:

JJ disse...

Suas palavras expressam algo tão positivo, reflexivo e relevante que nem podes imaginar! Senti-me muito bem ao ler esse poema, você é um grande artista.

Janaina Cruz disse...

Salve Felipe, tua poesia é um verdadeiro labirinto adorável de perde-se...

Entre patologias e passagens bíblicas venceu a maestria do poema.

Parabéns, eu amei!!!

 

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