domingo, 10 de junho de 2012

Épica Viagem ao Cerne da Epiderme da Terra

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'tou de touca tocando tambor
de mina crioula d'angola
balança balança a lança e a argola
ao ijexá clangor

xamando luana de luanda
xamando a lua de ruanda
xamando a rua e a aruanda
trancadas
trincadas
nas superfícies dos pés
que plantam e devoram

UGANDA
BENIN
ETIÓPIA
QUÊNIA
SOMÁLIA
LÍBIA
MALAWI
TANZÂNIA
ZÂMBIA

o turbante azulejante que envolve minha cabeça
uso e fruo a cabaça
do berimbau baiano
o recôncavo sertanejo que serei
no dia que eu irei de encontro ao vento-norte

pau-a-pique oiapoque ao chuí da madeira do meu brasil
erguer
o conteúdo da bravura
desbravar e prereservar
o cabaço da mata atlântica invadida pelos brancos sujos

dai-me CAIAPÓ
dai-me CERRO CORÁ
dai-me RIO POTENGI
dai-me PARACAIMA
dai-me UIRAMUTÃ
dai-me HAXIMU

dai a terra o que é da terra
que somos frutos de uma única natureza
se mentes nossas corroboram com
sementes maduras da cria dura
libertadas pela metamorfose de pavão misterioso vishnu

BRAHMACHARYA
GRIHASTHYA
VANAPRASTHA
SANYASA

se para alcançar a vida etérea eterna serena vida
passarei por esses estágios a passeio por todos os lugares públicos
sanscrevendo
ritos
herméticos
microcósmicos macrocósmicos
transispirando
transaspirando
terrenos id-inconscientes do im-possível.




FELIPE REY

5 comentários:

Felipe Rey disse...

o quadro da foto

Monique Rosa Brasil


Versejadura n.1

Felipe Rey disse...

o quadro da foto

Monique Rosa Brasil


Versejadura n.1

Lya Alves disse...

Fala pra mim: é a poesia que consome o poeta ou o poeta que consome a poesia?

elisa disse...

um jogo de palavras, uma colcha de retalhos africanos, fico inusitado, bjss

Felipe Rey disse...

não se consome a poesia . a poesia se consuma , Lylya .

 

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