quarta-feira, 13 de agosto de 2008

RELATO DE UM CASAL RATO, SORRATEIRO & BORRALHEIRO


*
Saímos sorrateiramente
da festa
tontos
trôpegos
bêbedos

Você foi se esgueirando de mim
rapidamente.
Eu corri atrás de você pela rua escura.
Fomos xingando
atacando
um ao outro

eu caí e me joguei em cima
dos teus pés
fiquei estirado no chão
como um cão abandonado
que mija em cada poste pelas esquinas.

De uma forma branda
eu tentei te abraçar
mas você
enraivecida
espicaçou-me
com a unha afiada
cravada
na carne do meu pescoço.

Embevecido em fúria
também
rasguei o meu blusão
atirei os meus sapatos na sua direção.
você se esquivou

e rolamos novamente
ladeira abaixo.

Até que
mesmo de tanto
nos atracarmos
fabricando excessos e hematomas.

Não temos vergonha.
Somos movidos à álcool
e paixão.

Te deixo no portão –
embora eu vou.
pego o primeiro ônibus
com itinerário até a minha cama.

NO DIA SEGUINTE
combinamos um novo encontro
pelo telefone.






FELIPE REY






5 comentários:

Adriana disse...

gostei!!um amor louco intenso,um poema sobre um amor real.bjs

Alzheimer-Universo de Memórias disse...

Versão do autor à temática e muito original!
Na minha ótica é poema urbanosem pinturas ou frescuras.
É o que se dá, o que se recebe quando o escrito se bebe.
Beijos poéticos!

Unknown disse...

Adoro poema como vc escreve, este jogo de palavras são maravilhosos e me fascina.
Parabéns@@@@
Rita

Cleide Apaixonada pela vida. disse...

VC TEM MUITO SENSO DE HUMOR E REALIDADE, BJS PARABÉNS

Unknown disse...

Desvirtuoso!!!!
Porém, é exatamente assim que se vê o amor...

Gostei pela simplicidade e veracidade de tal sentimento...

Beijocas,
Naty

 

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