+ 1 UIVO P/ CARL SOLOMON

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esse poema deve ser épico ou monossilábico

com discursos neologísticos

abdicando de qualquer tentativa de exegese

assim eu li um livro que eu depois devolvi todo rasgado

que importa se eu plantei bananeira

e fumei um baseado na terça-feira de carnaval?

eu não posso ser beato nem beat

mas eu te li e foi uma sensação ulcerosa e gostosa. . .

bem melhor do que assistir a um programa de auditório numa tv telefunkem em plena tarde de domingo

ah como eu curti a homenagem que Tita me fizeste

me enviando uma foto sua de bikini numa praia deserta

crestando sua melanina morena contemplativa pensando ingressar no curso de filosofia

eu te agradeço, minha doce flor!

eu não vou me acabar por aqui ainda tem poeira demais para varrer porbaixo da cama

conheço um camarada que pode me emprestar o seu matadouro

para eu realizar meus delicilirantes fetiches subconscienciosos

se eu for para maracangalha

eu levarei minha carne e a minha navalha

declamando versos românticos para os leprosos, mendigos, marafonas, bichas, cáftens e outros tipos de raça sócio-cultural.

eis o fim eis o meio eis o começo de odisséias e epopéis e tragédias

graças a você estou de passagem novamente pelo teatro dos horrores

eu não gostei do que eu li porém gostei do que vi e senti

é legal ter audácia!

é bacana ser louco quando na verdade se é bem são.

é maneiro ser considerado e lembrado e citado por todos e esses todos são seus discípulos (apóstolos não! seguidores nunca!) que reprocessam vossas teorias de maneira totalmente anti-ortodoxa num golpe ecumênico de renascença supersurrealista dado ao dada dadadaaadudududadadadaadudududaaadaaadada

aqui: eu estou internado no Instituto Philippe Pinel

lá: estou frequentando involutariamente as sessões de eletrochoque da Pilgrim State Hospital

estamos rotos soltando arrotos e peidos cagando em privadas improvisadas

saindo de comas lisérgicos e encarando laricas desgraçadas

eu, você e allen escrevendo cartas crônicas ao Além.

 

F/\R