quarta-feira, 10 de março de 2010

DE ENFORCAR SAUDADES

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Nossas fábulas,
nossas arruaças.
Copos que quebram
caindo das mesas amarelas
derramando líquidos amarelos
nas nossas bermudas, nas
nossas saias.
Eu não saio do bar de cada dia de domingo.
As partidas, os jogos de futebol na TV
vão ter que esperar
o porre, a porrada que eu vou dar
na parede das costas
daquele português enfadonho, anódino e mal-humorado.
Eu te disse que eu sou mesmo assim.
Não se espante, não se assuste
com a coleção de cicatrizes que eu tenho nos braços.
O seu sermão, meu irmão, não me convence.
Vence quem se dá valor e o
que eu quero é curtir o momento.
Eu mereço você não acha? Eu mereço!
Eu não aceito, eu não sou afeito
à escritórios, paletó, sapatos, gravata e filas de bancos.
Nunca ninguém vai me ver agindo como um burocrata!
Eu corroboro com as incertezas da alegria.
Preciso amar de novo todos vocês!
Venham comigo, vamos tresvariar mais uma única vez...
Porra! Até parece que a vida terminou?!
Andemos até a praia.
Sentemos as nossas nádegas já fétidas
nos montes de areia salgada
abrindo latas de cerveja gelada.
Goladas após goladas
para ver o raiar do sol vermelho
e conversar besteiras
ou não falar definitivamente nada.




FELIPE REY

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