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meu bom comportamento é ver vulvas como válvulas
sendo engrenagens engatadas a seduzir meus sentidos
sentidos ferventes efervescentes a mover coisas novas
que aparecem pelas noites foras ou dentros de outras feras
de outroras auroras que eu persigo em explicar realmente
despido de realejos e decências na mesa de jantares inóspitos
eu que sou um sabiá ressabiado que sabia sabia dos sábados
agora sou orgulhosa serpente dos sebos sebentos das estórias
que trovadores traficados de sílabas sibilam em mim tais motins
e tranquilamente indiferente eu assimilo em cada invento fomento
ideias e ideais que transpassam limites, labirintos e labirintites
dos ingênuos ingênios desse mundo que não entendem as vogais
primordiais que dão o ponto-de-partida na exatidão do delírio quotidiano
de beber todas as fontes de saberes e sabores onde nos levam ao além-mais
Felipe Rey
sexta-feira, 12 de abril de 2013
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METADE
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
Oswaldo Montenegro
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