.
O neon apagou,
a fumaça esfriou,
o povo já bebeu,
e a noite findou,
e agora, Maria ?
e agora, nós dois ?
você que é codinome,
que ama os tolos,
você que seduz,
se eu a amo protesta,
e agora, Maria ?
Está sem frisson,
está sem recurso,
está sem seu público,
já não pode ‘mexer’
já não pode dançar,
se exibir já não pode,
a noite esfriou,
com o dia que veio,
o ‘bofe’ não veio,
o gringo não veio,
não veio a carona
e Johnnie Walker acabou
e todos sumiram
seu salto quebrou,
e agora, Maria ?
E agora, Maria ?
Sua doce balada,
seu instante tão celébre,
seu amante, sex partner,
sua grande época,
seu momento de ouro,
seus vinte anos vividos,
sua irreverência,
seu jogo - e agora ?
Com a chave na mão
tenta abrir a porta,
não existe companhia;
quer se jogar no sofá,
mas o conforto acabou;
comprou passagem pra Bahia,
Bahia não há mais.
Maria, e agora ?
Se você se prostituísse,
se seu corpo vendesse,
se já não houvesse feito isso
e a sua família a recebesse,
se você não fugisse,
se não se retirasse,
se seus pais ouvisse…
Mas você não ouve,
você é dura, Maria !
Sozinha num subúrbio
finge não ser bicho-do-mato,
com sua euforia,
se deixa estar nua
para o playboy enganar,
sem ele que é seu preto
que te leve pra o norte,
você vai de Kombi, Maria !
Maria, para onde ?
[Monique Rosa Brasil]
segunda-feira, 28 de março de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Você, brilhante, me contagiou.
(que eu sou analfabeta de pai e mãe com muito orgulho)
Incrível!!!
Nossa, sensacional... permita-me roubar e postar no meu blogue aushusah, vou colocar os créditos, podexácomigo!
Postar um comentário